Curimatã
Com um nome que significa peixe tenro e delicado em Tupi; este lindo espécie traz a possibilidade de uma pesca estimulante cheia de desafios e beleza.
Também são conhecidos como: curimba, curimbatá, grumatã ou curimatá.
A Origem do Nome
O nome Curimatã vem do Tupi-Guarani curi=peixe e matã=delicado.
Já o seu nome científico é Prochilodus lineatus da Família dos Prochilodontidaes, da Ordem dos Characiformes
Principais Características do Curimatã
Ele é um peixe de escamas cinza-prateadas, onde as partes de baixo e de cima são levemente mais escuras.
A principal característica deste peixe é sua boca que pode se alongar para frente, é protátil.
Sua boa é uma espécie de ventosa, que é adaptada para o tipo de alimentação do Curimatã: ele suga o barro do leito dos rios para comer detritos e matéria orgânica dos fundos das águas.
Os dentes são atrofiados, finos e em fileiras.
Em suas nadadeiras possui pequenas manchas claras e escuras.
Podendo chegar a 30 cm de comprimento e pesar até 450 gramas, eles costumam viver uma média de 10 anos.
Onde Encontramos Esse Peixe
É encontrado em toda Região Norte, Centro-Oeste, Nordeste além dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
Hábitos do Curimatã
Eles costumam viver em barragens, açudes, lagos, barragens e pesqueiros. Ficam mais no fundo devido ao seu tipo de alimentação.
Sua Alimentação
São peixes detritívoros, ou seja, se alimenta de restos de plantas e animais mortos e micro-organismos provenientes da lama no fundo dos rios.
Veja como ele se alimenta nesse vídeo:
Reprodução e Acasalamento
Os Curimatãs realizam a Piracema, migrando para se reproduzir.
Os machos reproduzem já aos 2 anos de idades, enquanto as fêmeas aos 3.
A partir do mês de Novembro ocorre sua desova total até o mês de Março. Veja aqui o período de defeso do Curimatã.
Veja este vídeo amador mostrando a plena reprodução dos curimatãs.
Vamos à Pesca!
Mais ativo nos meses mais frios, é muito pescado comercialmente com o uso de redes, mas a pesca artesanal ou esportiva é bem simples.
O principal a se pensar é o tipo de anzol e linha.
Pode-se usar a vara de bambu de 2 à 4 metros, de monofilamento, linha de 0,30 até 0,40mm sendo que geralmente, usa-se 50 cm maior do que a vara usada.
O molinete pode ou não ser usado, sendo que um modelo simples já atende às necessidades desta pesca.
Os anzóis são pequenos e finos para que a fisgada fique mais fácil. Use os de tamanho 2 até 8.
As melhores iscas são as de massa, mas deve ser consistente para não se desmanchar. Pode-se também fazer uso da ceva.
No cevador basta prender um pouco de massa no anzol e ter paciência.
Já o uso da chumbada é opcional.
Iscas
Não é recomendado o uso de iscas artificiais para este peixe, afinal ele fica no fundo do rio e ele não costuma atacar este tipo de isca.
As massas de pesca são as melhores. Você pode comprar pronta ou fazer em casa.
Existe uma grande variedade de receitas para fazer a massa de pesca, mas as melhores mesmo são as feitas com farelo de arroz ou farinha de trigo, água e açúcar.
Basta pegar os ingredientes, misturar tudo, deixar ficar com o ponto de uma massa de pão por exemplo, enrolar e colocar no anzol.
Tem algumas pessoas que gostam na geladeira para ficarem um pouco mais firmes.
Um fator complicante na pesca do Curimba ou Curimatã, é que ele não morde o anzol com força.
Tem o costume ficar mordiscando a isca de leve.
Por isso é preciso muita atenção neste movimento.
Assim que perceber uma pequena pressão na vara, faça um pouco de força na direção contrária.
Embora delicado na hora de morder, ele é bem forte, acima da média de outros peixes de seu tamanho, ou seja, a briga é boa!
A Técnica da Mola
Uma técnica muito usada na pesca de Curimba(Curimatã)é a da mola.
O chamado Chicote Astério tem proporcionado ótimos resultados neste tipo de pesca.
Esta pequena mola é vendida em lojas de auto peças, são as molas usadas no acelerador do Fusca.
Uma peça desta rende até 3 molas, basta esticar e cortar.
A função desta mola é segurar a ceva(massa).
Esta ferramenta é feita com 1,5 metros de linha com espessura de até 0,45 mm. Em uma das pontas da linha, prende-se o girador e abaixo uns 25 cm.
Amarra-se a mola com um nó único, passa-se a linha pelo meio da mola e a 50 cm dela.
Em seguida prende-se 2 anzóis de número 6 ali, um “de costas” para o outro. Pode-se amarrar mais 2 anzóis para garantir maior ação na hora de prender a boca do peixe.
Esta mola, vai atrair o Curimatã mais facilmente até os anzóis.
Propriedades Nutricionais
A cada 100 gramas de Curtimatã é oferecido cerca de 235 calorias, 17,6 gramas de Gordura, 16,1 grama de Proteína e 3,16 gramas de Carboidratos.
O Curimatã na Culinária
De carne tenra e sabor marcante, alguns dizem que o sabor lembra a Carpa.
Fato é, que este peixe merece toda variedade de receita possível em seu preparo, viaje o Brasil com essas receitas:
Podemos conhecer o sabor do estado do Mato Grosso com este delicioso Curimba a Moda Matogrossense:
Ainda nesta viagem de sabores, que tal conhecer o Amazonas através do Curimatã Assado na Bananeira?
E finalizando a sessão água na boca, que tal esta delícia de Curimba Assado:
Curiosidades do Curimatã
- Existe uma lenda em Piauí, na Serra dos Matões, em uma cachoeira chamada Bota Fora, em que uma botija cheia de ouro estaria bem no fundo do lago onde a cachoeira deságua e esta seria guardada por um Curimatã encantado.
Os antigos dizem que a única forma de pegar a botija, seria pescando este Curimatã, proeza só conseguida por alguém puro de coração. Caso a pessoa não tenha esta pureza toda, a cachoeira inundaria rapidamente toda a região. Até hoje ninguém se atreveu a buscar o ouro com medo de morrer afogado e inundar tudo por ali;
- Durante a época de reprodução, os machos emitem um som parecido com um ronco para atrair as fêmeas;
- Existe uma canção do ano de 1953 da dupla Palmeira e Biá, que cita o Curimbatã e outros peixes em seus versos: “Curimbatã, lambari mandou dizer que a piaba tá doente com saudade de você…” Ouça aqui esta canção.
Sem dúvida este morador do fundo das águas traz muitas alegrias tanto na hora da pescaria quanto à mesa.
Já está na hora de encarar essa briga. Pegue as suas ferramentas e vamos à pesca!