Tuvira
A Tuvira é um peixe bem conhecido pelos pescadores, principalmente por servir como uma ótima isca viva.
A Tuvira ou Sarapó é conhecida como peixe elétrico em alguns lugares.
Apesar disso, ele não traz uma carga elétrica que faça mal ao ser humano. Ela é mínima e só afeta pequenos peixes ou insetos aquáticos.
Sem dúvida, um dos peixes mais intrigantes que vamos conhecer agora.
Dados Científicos
O seu nome científico é Gymnotus spp da Família dos Gymnotidae da Ordem dos Gymnotiformes.
Existem 39 espécies conhecidas nesta família dos Gymnotiformes.
Ou seja: muitas Tuviras ou Sarapós são de espécies diferentes, porém, todas têm algumas características comum.
Existem fósseis dos Gymnotiformes de 7 milhões de anos, então eles são bem velhinhos.
Os Gymnotiformes estão entre os membros mais derivados de Ostariophysi , uma linhagem de peixes de água doce primários.
Além de Tuvira e Sarapó são conhecidos também como Peixe Espada, Juvira, Carapó e Ituí.
Principais Características da Tuvira
O Sarapó ou Tuvira quase não possuem escamas, estas quase não estão presentes em seu corpo afilado.
Sua cor é de um tom pardo, cinza-amarronzado, algumas espécies têm o tom tigrado, com listras. Sua nadadeira anal é a mais comprida, chegando a se estender da barriga até o fim do corpo.
Seu orifício anal encontra-se sob a cabeça, logo depois da garganta.
Não tem nadadeiras dorsais, ventrais e muitas vezes, nem a caudal.
A abertura branquial é bem fina ou estreita.
A sua boca é limitada pelos maxilares.
Nadam através de movimentos de onda, são desajeitados e lentos.
Ela é muito parecido com a famosa Enguia ou Poraquê, mas são espécies diferentes, podendo atingir 80 cm de comprimento.
Possuem bexiga natatória, ou seja, quando precisam de oxigênio sobem até a superfície e engolem uma bolha de ar.
Graças a isso ela pode sobreviver em lugares com baixo teor de oxigênio , áreas afetadas pela poluição.
Além disso também pode ficar um período em terra se o seu habitat aquático secar.
Onde Podemos A Encontrar
A Tuvira é um peixe sul-americano e é encontrado nas bacias do Amazonas, Orinoco e Rio da Prata, assim como nos rios Guianas e em boa parte do nordeste.
Ela também é encontrada no norte da Argentina e na ilha de Trinidade do país Trinidad e Tobago.
As espécies grandes tendem a viver perto da vegetação flutuante ao longo das bordas de grandes rios ou planícies de inundação.
Já as menores tendem a viver entre as folhas ou perto de bancos de pequenos riachos
Hábitos da Tuvira
É notívago, ou seja, é ativo durante as noites, costumam habitar águas onde a vegetação é abundante.
Possui uma leve carga elétrica que é inofensiva aos seres humanos, porém atordoa suas presas na hora da caça.
Além disso esta função ajuda na localização e comunicação com outros indivíduos da mesma espécies.
Eles são altamente territoriais e reagirão agressivamente se detectarem o campo elétrico de outro indivíduo de sua espécie.
Sua Alimentação
É onívoro, come de tudo, mas tem uma maior tendência a comer carne. Peixes menores, moluscos, crustáceos e insetos aquáticos fazem parte de sua dieta normal.
Reprodução e Acasalamento
Não fazem a Piracema, tem o costume de desovar na época das cheias e algumas espécies fazem ninhos e protegem os descendentes.
O macho cuida dos jovens pela boca , fazendo e observando seu ninho, que é uma depressão no fundo onde a fêmea põe os ovos.
É complicado distinguir o macho da fêmea.
A fêmea chega a colocar cerca de mil ovos de uma só vez.
Além disso, a seleção sexual é bem incomum.
Pois as fêmeas exibem a preferência por machos com sinais de baixa frequência, o que acabam sendo mais facilmente detectados por predadores.
Mas a maioria dos machos exibe essa frequência apenas em intervalos, ou seja, eles querem se reproduzir mas não querem morrer.
Elas também têm preferências por machos com pulsos mais longos, também energeticamente altos e grandes comprimentos de cauda.
Todos esses sinais indicam alguma capacidade de explorar recursos, indicando, assim, um melhor sucesso reprodutivo ao longo da vida.
Elas não querem qualquer pé rapado como parceiro.
Vamos à Pesca!
A pesca da Tuvira/Sarapó tem de ser feita à noite para obter os melhores resultados, deve-se escolher noites com pouca luminosidade.
Uma vara de resistência leve já dá conta, já que o Sarapó não é nem muito forte ou grande.
Uma vara de pesca curta com linha monofilamento 0,33mm e chumbada leve. Uma vara de 2,70 metros mais ou menos é um bom tamanho.
A Tuvira não tem uma puxada forte, então não precisa de equipamento de alta resistência.
O anzol pode ser pequeno mas tem que ser o de perna comprida, pois é comum o Sarapó engolir o anzol.
Mas dá para evitar isso se você colocar uma linha mais grossa atravessada na parte de cima do anzol ou pode ser um fio de cabo de aço.
A isca usada é a minhoca ou peixes pequenos vivos como a manjuba por exemplo.
Como a pesca é noturna, vale amarrar algo colorido na vara para perceber a hora certa de puxar a isca de volta.
Olha um vídeo explicando como pescar Tuvira de um jeito bem simples:
Propriedades Nutricionais
Um filé de 200 gramas de Tuvira oferece cerca de 375 Calorias, 23,8 gramas de Gordura, 0 Carboidrato e 37,6 gramas de Proteína.
A Tuvira na Culinária
Já sabemos que a Tuvira é conhecida com muitos nomes além de Sarapó e outros.
Os peixes da família da Tuvira, a família Gymnotidae, são as populares enguias no que se refere à seu preparo.
Sendo assim, na hora de buscar receitas de Sarapó, Tuvira, Ituí e Carapó, o termo enguia oferece muito mais possibilidades de receitas e trata-se de peixes bem semelhantes na culinária
Embora muita gente diga que o Sarapó é somente usado como isca para a pesca de peixes nobres, cada vez mais isto é desmentido pela variedade de pratos disponíveis para a carne da Tuvira.
Então, nas receitas, onde se lê Enguia, entende-se Tuvira e Sarapó também.
Esclarecido isso, que tal experimentar primeiramente este delicioso Ensopado de Enguias!
Para aquele tira gosto delicioso, podemos fazer Enguias Fritas:
Outra deliciosa opção é esta divina Caldeirada de Enguias à Moda de Aveiro:
Curiosidades
- Ao perceber a presença de uma presa ou predador próximo, a Tuvira emite uma descarga elétrica que paralisa a vítima. Assim ela pode ou capturar a presa, ou fugir do predador;
- A espécie já se encontra em risco de extinção devido ao desmatamento.
- Certas espécies de Gymnotiformes, como as de Gymnotus, mudaram a frequência de seus sinais para que possam ser efetivamente invisíveis para predadores.
- Existe uma lenda indígena que diz que existem árvores nas áreas alagadas que preservam os peixes.
Uma árvore encantada viveria nos igapós e na beira dos lagos desde a criação do mundo.
De tempos em tempos, depois de tempestades, ventos e chuvas brotariam de seu tronco pequenos ovos que viram lagartas. As larvas então, iriam para as raízes das árvores e se transformam em milhares de peixes como pacus, piranhas, surubins, tucunarés, e sarapós entre outros. Todos ganharam as águas durante as enchentes. Esta árvore encantada tem o nome de Ngewane e esta existe para o alimento nunca acabar.
Seja para ser usada como isca, seja para o consumo, este peixe é um verdadeiro achado na pesca.
Vale muito a pena ir atrás desta aventura noturna! E então, está esperando o quê?