Jundiá
O Jundiá é da mesma família que os bagres e é tão bigodudo quanto.
Esse nosso belo amigo pode proporcionar uma pesca estimulante e nos fazer renovar as energias com sua beleza e a boa briga que ele traz no anzol!
A Diferença Entre os Jundiás
Existem dois peixes de nome Jundiá: o Rhamdia quelen e o Leiarius marmoratus.
A diferença entre estes dois, se dá à nível científico.
No momento de descrever ou classificar certas características anatômicas internas como a bexiga natatória e o aparelho de Weber(estruturas de alguns peixes, como os bagres, que são usadas na captação de estímulos de som ou mudança de pressão).
Pequenas diferenças acabam por diferenciar um peixe de outro, exceto pela variedade de cores e tonalidades.
O Leiarius marmoratus possui uma maior variedade de tons, cores e manchas.
Já o Rhandia quelen é basicamente acinzentado/marrom e o seu ventre é claro ou esbranquiçado.
Ambos jundiás são da mesma ordemÉ normal haver certa confusão entre os dois Jundiás, porém são da mesma Ordem e se diferenciam na Família.
Origem do Seu Nome
Jundiá é uma palavra de origem Tupi Guarani que significa “cabeça com espinho”.
Seu nome científico é Leiarius marmoratus ou Rhamdia quelen (ambos conhecidos como Jundiá) da família dos Pimelodiae ou Heptapteridae da ordem dos Siluriformes.
Seus nomes mais comuns são Jundía, Bagre, Nhurundia, Mandi-Guaru e Bragre-Sapo, entre outros, depende da região.
Suas Principais Características
Peixe de couro, o Jundiá tem a cor acinzentada mais escura com o ventre branco ou marrom em tons variáveis com manchas pretas em formato circular, que lembra as manchas da onça.
A nadadeira caudal é bifurcada.
Possui 3 pares de barbilhões.
Pode chegar a 50 cm de comprimento e até 6 kgs de peso.
Onde Podemos o Encontrar
É distribuído por toda América do Sul, principalmente na Bacia Amazônica e sub-bacia do Teles Pires/Juruena.
Também vemos ele nas bacias do rio Paraná e nos rios Corantijn, Essequibo, Orinoco.
Hábitos do Jundiá
Vivem nos leitos dos rios e poços profundos, com o solo arenoso. Os mais jovens podem, eventualmente, entrar em lagos ou lagoas.
Alimentam-se durante o dia todo, porém são mais ativos ao anoitecer e durante a noite.
Ficam mais escondidos por entre pedras, troncos e galhadas durante o dia.
Eles preferem as águas mais calmas dos remansos.
Sua Alimentação
É onívoro, mas com tendência a piscívoro.
Também come insetos terrestres e aquáticos, crustáceos, restos de vegetação e substratos em geral.
Reprodução e Acasalamento
Realizam migração reprodutiva(Piracema).
Desovam em locais de água limpa, calma e fundo pedregoso.
Não costumam cuidar dos alevinos.
Costumam desovar duas vezes ao ano: no verão e na primavera.
Apresentam dimorfismo sexual: o macho é menor do que a fêmea, possui uma pequena protuberância ventral além da cabeça mais achatada com mais musculatura.
Vamos à Pesca!
Como o Jundiá prefere as águas calmas, procure locais com poços mais fundos e remansos.
Caso esteja em um pesqueiro, opte por pescar perto das margens ou locais com vegetação.
O equipamento deve ser o de resistência média/pesada.
As varas devem ter o comprimento entre 6 e 7 pés e linhas 20 até 25 lbs.
Molinetes ou carretilhas devem comportar pelo menos 120 metros de linha.
É aconselhável o uso de chumbo de correr, porque assim o Jundiá não sente o peso da chumbada e não se assusta largando então a isca.
Iscas
A isca ideal é a minhoca ou minhocuçú, que devem sempre tocar o fundo do rio.
Além da minhoca, pode-se fazer uso também do camarão morto,pedaços de peixe, salsicha, fígado.
Um outra dica é aproveitar os dias de chuva ou logo após, principalmente se a água estiver mais quente.
As iscas artificiais são as flyes, os sapos de borracha, porém, por se tratar de peixe com barbilhões e que ficam no fundo, sua visão não é muito desenvolvida.
O Jundiá é considerado um dos brages mais fortes na hora da pescaria. É bom estar pronto para um belo entrevero.
Vale sempre lembrar que os bagres possuem os esporões serrilhados nas nadadeiras dorsais que podem causar acidentes.
Já falamos dos cuidados com o bagre, dá uma lida nesse artigo clicando aqui.
Caso vá devolver o peixe, utilize o anzol sem fisga e biodegradável, pois o Jundiá costuma engolir o anzol dificultando sua retirada e machucando muito o peixe.
O Jundiá na Culinária
De carne muito saborosa, baixo teor de gordura e poucas espinhas, o Jundiá é um aliado nas dietas ou simplesmente nas receitas para quem adora um bom peixe!
100 gramas de Jundiá oferece 84 Calorias, 0,92 gramas de Gordura, 0 Carboidrato e 17,76 gramas de Proteína.
Para começar nossa ala de receitas deliciosas, que tal um delicioso Bolinho de Jundiá:
Fazendo o peixe assado, a gordura diminui bastante. Temos então, o Jundiá Assado:
E aproveitando aquele caldo gostoso do peixe, vamos de Ensopado de Jundiá:
Curiosidades
- O Jundiá é o principal peixe produzido na região Sul devido ao seu crescimento mais rápido, boa resistência a temperaturas mais baixas, por apresentar um filé sem espinhas e por render 50% mais do que o principal peixe comercializado, que é a tilápia;
- O único lugar onde não são encontrados os Jundiás de jeito nenhum, é na Antártida;
- Os acidentes com os ferrões do Jundiá são comuns. Muitas vezes peixes descartados por pescadores, atingem pessoas e o veneno deste peixe, mesmo depois de morto, ainda provoca danos.
Agora, conhecendo melhor o Jundiá(ou os Jundiás), a sua pescaria fica ainda mais excitante e com certeza vai lhe render boas histórias!
É hora de pescar Jundiás e preparar aquele prato delicioso!