Bijupirá
Um grande e belo peixe de água salgada, o Bijupirá é conhecido como o salmão ou bacalhau brasileiro tamanha a importância e nobreza de sua carne.
Este curioso costuma acompanhar barcos e mergulhadores no oceano.
É um dos peixes mais esportivos e lutador que se tem notícia.
Origem Do Seu Nome
O nome Beijupirá vem do Tupi Guarani e significa “o peixe beiju”, ou seja, tão gostoso quanto o beiju(beiju é um doce feito com tapioca).
Seu nome científico é Rachycentron canadum da família dos Rachycentridae da ordem dos Perciformes
Eles tem outros nomes populares como Bijupirá, Beijupirá, Cobia, Pirambijú, Tubarão de Escama, Cação de Escama.
Principais Características do Bijupirá
De escamas muito pequenas, alongado e de corpo fusiforme(mais espesso no meio e vai afinando nas extremidades), sua cor é de um tom marrom escuro com duas faixas brancas ou prateadas ao longo de todo seu corpo.
A cabeça é achatada, olhos pequenos e boca projetada para frente.
Pode chegar a 2 metros de comprimento e pesar até 80 quilos!
Onde o Encontramos
Para nossa sorte achamos ele em toda costa brasileira, do Amapá ao Rio Grande do Sul. É mais comum na região Nordeste.
Mas engana-se para quem acredita que só tem no Brasil, encontramos ele pelo mundo todo em águas tropicais e subtropicais.
Vemos ele no Atlântico Ocidental do Canadá até Bermudas e Massachusetts, dos EUA até a Argentina, incluindo o Golfo do México e o Caribe inteiro.
Também o encontramos no Atlântico Leste do Marrocos à África do Sul indo para Pacífico Oeste da África Oriental e Hokkaido, e do Japão para Austrália.
Enfim, tem Bijupirá para todos.
Descubra nesse artigo tudo sobre o Bagre e como ele foi importante para o mundo.
Hábitos do Bijupirá
Costuma viver solitário ou em pequenos cardumes, embaixo de alguma sobra flutuante ou detritos.
Também é comum encontrar os Bijupirás em barcos e navios naufragados.
Eventualmente segue peixes maiores como tubarões, raias manta em busca de sobras de comida.
É muito curioso e não tem medo algum de barcos ou mergulhadores.
É classificado pelos pescadores experientes como muito lutador e esportivo.
Fica em mar aberto ou próximo à recifes e ilhas.
Sua Alimentação
Ele é piscívoro, ou seja, se alimenta de outros peixes.
Mas ele também come crustáceos e lulas, eles que apareçam na frente do Bijupirá para ver se sobra alguma coisa.
Reprodução e Acasalemtno
Se reproduzem entre a primavera e o verão, depois de atingir 1 ano e meio de vida.
Fazem a desova de uma só vez ou em parcelas ao longo da época de reprodução.
Milhões de ovos eclodem pouco mais de 24 horas depois de serem lançados às águas.
Os ovos e as larvas do Bijupirá são planctônicos e flutuantes.
Ou seja: quando acontece a desova e os ovos são fertilizados, eles se juntam ao plâncton, que é um conjunto de estruturas e seres marinhos que vivem à mercê da correnteza.
Quando a alimentação dentro do ovo acaba ou a larva fica maior, este rico ambiente de nutrientes e organismos em formação serão sua alimentação até que cresçam e se tornem alevinos.
Vamos à Pesca!
Para este lutador, é preciso usar equipamentos do tipo médio/pesado.
A vara deve ter uma resistência de 30 à 50 libras.
A linha, multifilamento de 50 ou 65lbs senso que a carretilha ou molinete deve comportar mais de 200 metros de linha presa a um líder de fluorcarbono de 60 à 80 libras.
O anzol, pode ser de até 7/0.
Escolha pescar na fase de lua cheia ou nova devido à maré mais propícia e perto de ilhas, recifes ou em praias, pois quando o Bijupirá se reproduz, ele se aproxima das praias.
As iscas naturais podem ser de sardinhas, sororocas, xereletes, cocorocas e caranguejos que devem ser colocadas na frente do peixe.
Já as iscas artificiais podem ser os jigs, shads ou jumping jigs, plugs de superfície e meia água.
O ideal é manter todo o controle em uma fricção média.
Uma boa dica é pescar embarcado e esperar que ele se canse antes de embarcá-lo.
Propriedades Nutricionais do Bijupirá
Além de um sabor muito agradável, o filé do Bijupirá é firme e não possui espinhas.
Aliado a estas vantagens, é uma carne extremamente nutritiva e considerada magra, pois possui altos níveis de proteína e baixos níveis de gordura.
Em uma porção de 100 gramas de Bijupirá, podemos encontrar 130 gramas de Calorias, 4,51 gramas de Gordura, 0 Carboidrato e 20,98 gramas de Proteína.
É muito usado em pratos orientais, onde é servido cru.
Bijupirá na Culinária
Uma imensa variedade de pratos deliciosos pode ser preparado com este peixe.
Basta criatividade e disposição para apreciar uma carne deliciosa.
Podemos iniciar com esta receita de Bijupirá com Pimentões:
E que tal uma receita diferenciada e ao mesmo tempo simples como o Bijupirá na Crosta de Gergelim?
E não poderia faltar a tradicional Moqueca de Beijupirá:
Curiosidades
Este é um peixe que exige mais do que curiosidades. Ele vem crescendo e muito na área de agronegócios: a aquacultura.
Fazendas marinhas estão gerando imensa renovação científica, tecnológica e social ao produzir Bijupirás para o comércio interno e externo.
A pioneira em maricultura com a criação de Bijupirás é a Maricultura Costa Verde, localizada em Angra dos Reis, RJ.
Hoje em dia, a Maricultura Costa Verde produz uma média de 11 toneladas de Bijupirás ao ano.
Para todo este volume de produção, a fazenda qualifica e emprega trabalhadores locais, ajuda em programas de formação de estudantes de graduação e pós graduação.
Bijupirá no Brasil
Hoje, é a maior produtora nacional e está entre as maiores do mundo na criação de Bijupirá.
Este peixe muito parecido com o tubarão, tem uma produtividade quatro vezes maior que a do salmão.
Em um ano, chega a seis quilos e em dois anos pode chegar a 15 quilos.
O cultivo é feito em tanques-rede próximos à costa. A alimentação dos peixes é feita com rejeitos de outras pescas, principalmente a sardinha, que vem da pesca industrial.
Assista aqui uma matéria feita no programa Globo Repórter nesta magnífica fazenda de maricultura. Aos 7:43 minutos, você vai se encantar com as imagens feitas com os Bijupirás.
Em Ubatuba também existem fazendas de criação de Bijupirás.
Aqui neste vídeo da Bijupirá Ilha Sul, os tratadores alimentam os peixes.
Na verdade existem outras fazendas de cultivo deste peixe e a tendência é aumentar ainda mais devido ao crescimento da demanda por este que pode ser a principal exportação de peixe do país daqui alguns anos.
Outras Curiosidades
- O Bijupirá é um dos poucos peixes que viajam de avião para chegar em outras fazendas. São muitos cuidados necessários ao se transportar alevinos de São Paulo até o Rio Grande do Norte;
- Em média, o retorno de investimento em criação e manejo de Bijupirás acontece em um ano;
- Em 2012 foi pescado um exemplar de 35 quilos em Ubatuba;
- No ano de 2018 banhistas da praia da Urca, no RJ, se assustaram com o que disseram ser um tubarão. Porém, tratava-se somente de um belo Bijupirá que nadava na região.
Sem dúvida, este é um dos peixes mais fascinantes de água salgada.
Seja pelo seu comportamento curioso, seja pela pesca esportiva emocionante ou ainda, por ser um agente de bons negócios e divulgação da importância da conservação da biodiversidade se seu ambiente.
Esta pescaria é quase que uma questão de honra para um bom pescador.
Vamos atrás dele?
Chegou a hora de juntar as tralhas e entrar de cabeça nesta aventura!